¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, novembro 02, 2012
 
MODESTA PROPOSTA *

para impedir que as crianças pobres da Irlanda sejam um fardo para seus pais ou para o País e se tornem úteis ao Público.

Jonathan Swift


É melancólico para aqueles que passeiam por esta grande cidade ou viajam pelo campo, ver as ruas, as estradas e as portas dos casebres repletos de mendigas, seguidas de 3, 4 ou 6 crianças esfarrapadas importunando o viajante em busca de esmolas. Essas mães, em vez de trabalhar para ganhar a vida honestamente, se vêem obrigadas a perder seu tempo na vagabundagem, mendigando para seus filhos desamparados que, logo que crescem, se tornam ladrões por falta de trabalho ou abandonam seu querido país natal para lutar como mercenários na Espanha ou serem vendidos na Ilha Barbada.

Creio que todos os partidos estarão de acordo em que esta prodigiosa quantidade de crianças nos braços, nas costas ou nos calcanhares das mães, e muitas vezes dos pais é, no deplorável estado atual do Reino, um grande agravo adicional; e portanto, quem encontrasse um método razoável, econômico e simples para fazer destas crianças membros úteis do Estado mereceria agradecimentos do público, além de ter sua estátua como salvador da Pátria.

Mas minha intenção está longe de se limitar aos filhos dos mendigos profissionais, vai mais longe e inclui todas as crianças de uma certa idade, nascidas de pais tão incapazes de sustentá-las como as que imploram a nossa caridade pelas ruas.

Pela minha parte, tendo há muito anos aplicado o meu pensamento a tão importante assunto, e pesado, de maneira amadurecida, as diferentes propostas de outros planejadores, vi-os sempre errar de maneira grosseira nos seus cálculos. É verdade que uma criança recém-nascida pode ser sustentada pelo leite materno durante um ano, com escasso alimento extra, que custam 2 xelins no máximo, que a mãe pode com certeza obter, ou seu equivalente em migalhas, no seu ofício legal de mendiga; e é exatamente quando as crianças têm um ano de idade, que eu proponho olhar por elas, de tal maneira que, em vez de serem um encargo para os pais ou para a paróquia, ou ficarem à espera de comida e roupa para o resto da vida, possam, pelo contrário, contribuir para alimentar e, em parte, vestir milhares de pessoas.

Uma outra grande vantagem do meu projeto é que ele evitará abortos voluntários e o horrível costume que as mulheres têm de matar os filhos ilegítimos, coisa muito comum entre nós, sacrificando, suspeito eu, as pobres crianças inocentes mais para evitar as despesas do que a vergonha, o que arrancaria lágrimas e piedade no peito mais selvagem e desumano.

Sendo o número de almas deste Reino avaliado geralmente em 1,5 milhão, entre as quais, eu calculo, devem ter aproximadamente 200 mil casais cujas mulheres são reprodutoras; deste número extrairei 30 mil, que se encontram em situação de manter seus próprios filhos, embora pense que nem sejam tantos assim, dada a situação de miséria em que se encontra este Reino; mas, admitindo isso, sobrarão 170 mil mulheres reprodutoras. Descontarei ainda 50 mil para as mulheres que abortam, ou cujos filhos morrem por acidente ou doença ainda no primeiro ano. Sobram, por ano, 120 mil crianças, filhas de pais pobres. A questão é, portanto, como este número será criado e sustentado, o que é, como já disse, no estado atual dos negócios, completamente impossível pelos métodos até agora propostas; pois não podemos empregar como artesãos ou agricultores; não construímos casas (refiro-me aos campos) nem cultivamos a terra; é muito raro que possam viver do roubo antes dos 6 anos de idade, a menos que sejam bastante precoces, embora eu creia que aprendem muito mais cedo os rudimentos, tempo esse que podem, pelo menos, ser consideradas apenas como postulantes, como me informou um distinto cavalheiro do condado de Cavan, que me garantiu só ter encontrado um ou dois casos abaixo da idade de 6 anos, mesmo numa parte do Reino tão afamada pela precocidade em tal arte.

Os nossos comerciantes me garantem que um menino ou uma menina antes dos 12 anos não é uma mercadoria vendável, e mesmo nessa idade, não valem, no mercado, mais de 3 libras ou 3 libras e 1/2 coroa no máximo, o que não compensaria os pais ou o Reino, custando as despesas de alimentação e farrapos pelo menos 4 vezes esta soma.

Eu vou agora, portanto, propor com toda a humildade as minhas próprias idéias espero, não provoquem a menor objeção.

Um jovem americano muito entendido, que conheço em Londres, me assegurou que uma criancinha saudável e bem criada constitui, com um ano de idade, o alimento mais delicioso, nutritivo e completo, seja cozida, grelhada, assada ou fervida; e não duvido que possa ser igualmente servida para um guisado ou um ensopado.

Portanto, proponho humildemente à consideração do público que, das 120 mil crianças já relacionadas no Reino, 20 mil sejam reservadas para a reprodução; destas, somente 1/4 será de machos, o que já é mais do que permitimos às ovelhas, aos bois e aos porcos; e minha razão é que raramente estas crianças são frutos do matrimônio, coisas não muito apreciada pelos nossos camponeses; em conseqüência, um macho será o suficiente para servir até 4 fêmeas. De maneira que as 100 mil restantes podem, com um ano de idade, ser oferecidas às pessoas nobres e de fortuna do Reino, aconselhando sempre às mães que as amamentem abundantemente durante o último mês, a fim de que fiquem bem gordinhas e rechonchudas para uma boa mesa. Uma criança dará 2 pratos em um jantar com os amigos e, quando a família cear sozinha, o quarto traseiro ou dianteiro será um prato razoável que, temperado com um pouco de pimenta e sal, será excelente refeição até o quarto dia, especialmente no inverno.

Verifiquei que, em média, uma criança recém-nascida pesa 12 libras e, em um ano completo, se for toleravelmente criada, alcançará 28 libras.

Concordo que esta comida será um pouco cara e, portanto, mais adequada para latifundiários que, como já devoraram a maioria dos pais, parecem ter melhores direitos sobre os filhos.

Haverá carne de crianças todo ano, mas será abundante em março, um pouco antes e um pouco depois; porque, como afirma um autor muito sério, um eminente médico francês, sendo o peixe uma dieta bastante prolífica, nascem, em países católicos romanos, mais crianças cerca de 9 meses depois da Quaresma do que em qualquer outra época; por isso, contando-se um ano depois da Páscoa, os mercados serão melhor abastecidos do que é costume, dado que o número de crianças católicas é, pelo menos, 3 contra 1 neste Reino; havendo ainda outra vantagem adicional, a de diminuir a quantidade de papistas entre nós.

Eu já calculei que o custo da criação de um filho de mendigo (entre os quais incluo também os camponeses, trabalhadores e 4/5 dos agricultores) é de um ou dois xelins por ano, farrapos incluídos; e acredito que nenhum cavalheiro se negaria de pagar 10 xelins pela corpo de um bom bebê gordo, do qual, como disse, extrairá 4 pratos de excelente carne nutritiva, quando ele só tivesse para jantar algum amigo particular ou sua própria família. Deste modo, o proprietário rural aprenderá a ser um bom latifundiário e se fará popular entre os arrendatários, a mãe teria 8 xelins de lucro líquido e estaria em condições de trabalhar até que produzir outra criança.

Aqueles que são mais econômicos (como, confesso, exigem os tempos) podem desossar a corpo, cuja pele artificialmente preparada daria admiráveis luvas para damas e botas de verão para os cavalheiros refinados.

Quanto à nossa cidade de Dublin, matadouros podem ser construídos para este propósito nos locais mais apropriados, e açougueiros com toda a certeza não faltarão; embora eu recomende que se comprem, de preferência, crianças vivas e que sejam preparadas ainda quentes, logo após a facada, assim como assamos os porcos.

Uma pessoa de grandes méritos, verdadeiro amante da Pátria, cujas virtudes muito aprecio, dedicou-se ultimamente a estudar o assunto, para aperfeiçoar o meu projeto. Ela disse que, já que muitos cavalheiros deste Reino dizimaram seus veados, imaginava que a falta desta carne poderia ser suprida pelos corpos dos jovens garotos e mocinhas, não maiores de 14 nem menores de 12, já que é tão grande o número de ambos os sexos em todos os países a ponto de morrer de fome por falta de trabalho e de ajuda, e de pais, se vivos, ou parentes mais próximos que querem se livrar deles. Mas, com a devida consideração a tão excelente patriota, não posso estar de acordo com seus sentimentos: porque, no que se refere aos machos, meu conhecido americano me assegurou, com base em sua freqüente experiência, que sua carne é geralmente dura e magra, com sabor desagradável e que engordá-los não resolveria a questão. Agora, quanto às fêmeas, acredito humildemente que seria um desgaste para os cofres públicos porque acredito que elas, em breve, serão parideiras. E, aliás, não é improvável que algumas pessoas escrupulosas sejam levadas a considerar tal prática (embora com grande injustiça, é verdade) como um ato que beira a crueldade, o que, confesso, sempre foi para mim a mais forte objeção contra qualquer projeto, por mais bem intencionado que fosse.

Mas, para justificar o meu amigo: ele confessou que este expediente lhe fora metido na cabeça pelo célebre Sallmanaazor, natural da ilha Formosa, que veio a Londres há mais de 20 anos, e em conversa com o meu amigo lhe contou que, no seu pais, quando um jovem era condenado à morte, o carrasco vendia o corpo para as pessoas nobres como carne de primeira e que, no seu tempo, o corpo de uma garota de 15 anos, crucificada por tentativa de envenenar o Imperador, fora vendido ao Primeiro-Ministro de Sua Majestade Imperial e outros grandes mandarins da Corte, aos pedaços no patíbulo, por quatrocentos coroas. Tampouco não posso negar que, nem por isso o Reino estaria pior, se o mesmo fosse feito com várias garotas rechonchudas desta cidade, as quais, sem um centavo de suas fortunas, não podem sair de casa sem ser de liteira, nem freqüentar teatro ou assembléias com adornos importados que jamais poderiam pagar.

Algumas pessoas de espírito pessimista estão muito preocupadas com a grande quantidade de gente pobre; que está velha, doente ou mutilada, e me pediram que dedicasse meus pensamentos para encontrar uma possível solução que alivie a Nação de tão penoso fardo. Mas este assunto não me preocupa nem um pouco, porque é sabido que essa gente está morrendo e apodrecendo a cada dia, de frio e fome, de imundície e de vermes, tão rapidamente quanto razoavelmente se pode esperar. E quanto os jovens trabalhadores estão agora em situação quase que igualmente esperançosa: não conseguem trabalho e desfalecem de fome a tal ponto que, se algumas vezes são contratados para um trabalho ordinário, não têm força para cumpri-lo, estando assim o pais e eles próprios felizmente livres de males futuros.

Divaguei demais de maneira que devo voltar ao meu tema. Penso que as vantagens da Proposta que estou anunciando são óbvias e muitas, assim como da maior importância:

Primeiro, como já observei, ela diminuirá enormemente o número de papistas com que, todos os anos, nos vemos inundados, pois eles são os maiores produtores de crianças da Nação, assim como nossos mais perigosos inimigos, e que permanecem no pais só para entregar o Reino ao Pretendente, esperando tirar proveito da ausência de tantos e tão bens protestantes, que preferiram sair do Pais, a ficar em casa e pagar, em desacordo com a sua consciência, dízimos a um vigário episcopal.

Segundo, os arrendatários pobres terão algo de valor que a lei poderá confiscar em caso de necessidade e que os ajudará a pagar a renda ao latifundiário, se já foram confiscados seu cereal e seu gado, sendo o dinheiro coisa desconhecida entre eles.

Terceiro, como a manutenção de 100 mil crianças a partir dos 2 anos não pode ser calculada em menos de 10 xelins por cabeça por ano, ao Tesouro Nacional seriam, portanto, acrescentados 50 mil libras por ano, sem contar a vantagem do novo prato introduzido na mesa de todos os cavalheiros de fortuna do Reino, cujo paladar tenham um mínimo de refinamento, e circularia o dinheiro entre nós mesmos, já que os produtos serão inteiramente desenvolvidos e manufaturados por nós.

Quarto, as reprodutoras regulares, além de ganhar 8 xelins esterlinas por ano pela venda de suas crianças, ficarão livres do encargo de mantê-las depois do primeiro ano.

Quinto, esta comida atrairia igualmente uma grande clientela às tavernas, cujos proprietárias com certeza seriam sensatos para procurar as melhores receitas para prepará-la com perfeição; e conseqüentemente teriam seus estabelecimentos freqüentados por todos os distintos cavalheiros, que se orgulhariam, com razão, de serem entendidos em boa comida. E um talentoso cozinheiro, que sabe como agradar seus comensais, encontraria um modo de torná-la tão cara quanto lhes aprouvesse.

Sexto, isto constituirá um grande estimulo ao casamento, coisa que todas as nações sábias estimulam através de recompensas ou pela imposição de leis e penalidades. Aumentaria o cuidado e a ternura das mães para com seus filhos, cientes de que as pobres crianças teriam uma colocação segura na vida, prevista de algum modo pelas instituições, e que lhes dariam lucros em vez de despesas. Logo vertamos uma honesta competição entre as mulheres casadas para mostrar qual delas leva ao mercado a criança mais gorda. Os homens passariam a gostar de suas esposas durante a gravidez, tanto quanto agora gostam de suas éguas, vacas prenhas ou porcas quando estão prontas para parir, e não ameaçariam de bater nelas ou dar pontapés (como é uma prática tão freqüente) por medo de um aborto.

Muitas outras vantagens poderiam ser enumeradas. Por exemplo, seriam acrescentados alguns milhares de corpos à nossa exportação de carne em barricas; a propagação da carne de porco e o aperfeiçoamento da arte de preparar um bom bacon, de que temos agora tanta falta, devido ao abate em grande escala de leitões, tão freqüentes na nossa mesa, e que nada se comparam em sabor ou suntuosidade de uma criança de um ano completo, gorda e bem desenvolvida a qual, assada inteira, fará uma considerável figura num banquete senhor prefeito ou em qualquer outra recepção pública. Mas disto e de muitas outras não falarei, adepto que sou da brevidade.

Supondo que se mil famílias desta cidade comprasse, com regularidade, carne de criança, independentemente da que fosse consumido em ocasiões festivas, em especial casamentos e batizados, calculo que Dublin devoraria aí uns 20 mil corpos por ano, e o resto do Reino (onde, por certo, se venderiam a um preço mais barato) os 80 mil restantes.

Eu não penso em objeção alguma que possa ser levantada contra esta Proposta, a menos que se alegue que o número de habitantes no Reino ficaria muito reduzido. Isto, eu reconheço, é mesmo a principal razão de oferecê-la ao Mundo. Gostaria que o leitor observasse que estou concebendo este meu remédio para o Reino da Irlanda e não para outro que já tenha existido, exista, ou, acredito, possa existir sobre a face da Terra. Não me falem, portanto, de outros recursos: taxar os nossos ausentes em 5 xelins por libra de imposto; não comprar roupas nem móveis que não sejam da nossa produção ou fabrico; rejeitar, por completo, os materiais e os instrumentos que promovam o luxo estrangeiro; curar as nossas mulheres da mania das despesas que fazem por orgulho, vaidade, ociosidade ou jogo; promover um mínimo de economia, prudência e temperança; aprender a amar o nosso país, no que somos diferentes dos próprios lapões e dos tupinambás; deixar de lado nossas hostilidades e facções, e não agir mais como os judeus que se matavam uns aos outros no exato momento em que sua cidade estava sendo tomada; ter um pouco mais de cuidado em não vender por ninharia nosso país e nossas consciências; ensinar os grandes latifundiários a terem um mínimo de misericórdia para com seus sem-terras. Por fim, colocar um espírito de honestidade, zelo e saber em nossos comerciantes, os quais, se fosse resolvido comprar apenas produtos nacionais, unir-se-iam imediatamente para nos enganar e impor o preço, a medida e a qualidade, e nem nunca conseguiram fazer uma proposta, apesar de freqüente e ardentemente convidados para isso.

Portanto, repito, ninguém me venha falar em tais recursos ou outros semelhantes, enquanto não existir um fio de esperança de que se tentará alguma calorosa e sincera tentativa de colocá-los em prática.

Quanto a mim, cansado de oferecer, durante muitos anos, pensamentos vãos, ociosos e visionários, e afinal desacreditando totalmente do seu sucesso, felizmente descobri esta Proposta que, sendo absolutamente nova, ainda possui algo de sólido e real, com nenhum custo e poucas dificuldades, e com a qual não corremos nenhum risco de desagradar a Inglaterra. Pois a este tipo de matéria prima não condiria a exportação, a carne sendo de consistência por demais delicada para agüentar uma longa permanência no sal, ainda que eu talvez possa citar um país que devoraria com prazer nossa nação inteira sem ele.

Depois de tudo, não estou tão violentamente aferrado à na minha opinião que rejeite qualquer proposta, apresentada por homens sensatos, que possa ser considerada igualmente inocente, barata, fácil e eficaz. Mas antes que qualquer outra coisa venha contrapor ao meu projeto, e proponha outro melhor, espero que o seu autor ou autores tivessem a bondade de considerar, maduramente, dois pontos. Primeiro, no estado em que as coisas se encontram, de que maneira eles serão capazes de descobrir roupa e alimento para 100 mil bocas e costas inúteis. E, segundo, existindo neste Reino aproximadamente um milhão de criaturas de forma humana, cujos gastos em subsistência, somados, os deixaria com uma dívida de 2 milhões de libras esterlinas, incluindo-se àqueles, que são mendigos por profissão, à massa de agricultores, camponeses e trabalhadores, com suas mulheres e filhos, que são mendigos na prática; eu desejaria que estes políticos, a quem minha sugestão desagrada e que talvez sejam atrevidos a ponto de tentar refutá-la, perguntassem primeiro aos pais destes mortais se eles a estas alturas não consideram que teria sido uma grande alegria serem vendidos como comida com um ano de idade, da maneira que estou receitando, tendo assim evitado um perpétuo estado de infortúnio como o que vêm atravessando desde então, pela opressão por parte dos latifundiários, a impossibilidade de pagar o imposto sem dinheiro ou emprego, a falta dos mínimos meios de subsistência, sem casa nem roupa para a abrigá-los das inclemências do clima, e a inevitável perspectiva de legar a mesma ou maior miséria aos seus descendentes para sempre.

Declaro, com toda a sinceridade de meu coração, que não tenho o menor interesse pessoal em promover trabalho tão necessário, não tendo outra motivação do que o bem estar geral do meu País, desenvolvendo o nosso comércio, cuidando das crianças, aliviando os pobres e dando algum prazer aos ricos. Não tenho filhos de que me possa ganhar um tostão, tendo o meu mais novo nove anos, e minha esposa já passou da idade de os gerar.

(*) Setembro 1729