¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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domingo, abril 17, 2011
 
SE GRAMA FOSSE LÓGICA,
O RECÓRTER HIDRÓFOBO
TUCANOPAPISTA SERIA
NO MÍNIMO ARISTÓTELES



O recórter tucanopapista hidrófobo da Veja é divertido. Em sua coluna de hoje, começa fazendo uma defesa apaixonado de seu “ídalo” tucano, Fernando Henrique Cardoso. E acusa de autoritários os jornalistas que comentam um escorregão do ex-presidente, ao afirmar que é inútil o PSDB disputar o “povão” com o PT porque essa legenda aparelhou os sindicatos e os movimentos sociais.

“E se arma um grande carnaval. A marcha da estupidez se encarregou de deturpar o texto, de atribuir-lhe características demofóbicas, ignorando a crítica essencial”. Até aí nada demais. É seu direito defender ou atacar quem quer que seja. Mas... Sempre tem um mas.

Quando Tarso Genro, no início deste mês, fez a defesa de um tratamento mais tolerante para a maconha, em palestra a universitários em Porto Alegre, o recórter tucanopapista pediu a cabeça do governador petista:

“Quem pedirá a cassação do mandato do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT)? Acho que ninguém. Quem na imprensa irá protestar contra a sua ligeireza, a sua irresponsabilidade, o seu pouco caso — ele já foi ministro da Justiça — com um dos mais graves problemas brasileiros? Acho que ninguém também! Nesse caso, então, nem se diga: com raras exceções, há identidade de agenda, quem sabe de prática”.

Logo após sua defesa babosa de Fernando Henrique na coluna de hoje, na nota seguinte cai de pau no líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), que defendeu a liberação do plantio de maconha e a criação de cooperativas formadas por usuários.

“Se grama fosse lógica, Teixeira seria Descartes. Porque é mais fácil comprar droga do que antibiótico, então ele acha que a legalização não acarretaria aumento do consumo, como se a interdição legal não criasse nenhuma barreira, especialmente para crianças e adolescentes. É de uma estupenda irresponsabilidade. Grave, para ele, é comer um lanche do McDonald’s, que, até onde sei, não altera o estado de consciência de ninguém. Em excesso, faz mal, mas muita água também pode matar um indivíduo…”

Ora, seu “ídalo”, depois que deixou a Presidência da República, saiu mundo afora fazendo a defesa da liberação das drogas. Em janeiro passado, na condição de presidente da Comissão Global de Políticas sobre Drogas, Fernando Henrique presidiu os debates realizados durante dois dias em Genebra.

"É preciso descriminalizar o uso de todas as drogas, pois nenhuma política de combate às drogas vai funcionar se não houver também informação e educação. Somente assim as pessoas irão dispor de elementos para usar sua liberdade e para saber que as drogas causam danos", disse na ocasião.

O recórter tucanopapista hidrófobo por acaso pediu a cassação dos direitos políticos de Fernando Henrique? Não pediu. O recórter é dócil e subserviente quando se trata de criticar seus santos tutelares. Jamais saberá usar as rédeas quem nasceu para ser encilhado. Caluda!

Se grama fosse lógica, Teixeira seria Descartes. Que seria então o recórter? No mínimo um Aristóteles.