¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, janeiro 17, 2011
 
O EMBUSTE HOUAISS


Do Lourival Marques de Souza, recebi:

Saudações, Janer!

Li sua crônica sobre essa palhaçada de acordo e me senti menos só, assim digamos, em minha repulsa ao mesmo.

Você diz que Portugal não gostou do acordo e não o está respeitando, apesar de tê-lo ratificado e entrado em período de transição. Bem, a maioria da população lusa parece realmente estar procedendo assim, mas a imprensa local, em sua maioria, está sendo tão covarde quanto a nossa e adotando a nova grafia. Quando acesso o site de algum jornal de lá e vejo escrito "direto", Egito", "autoestrada", "antissocial", me dá urticárias! Além do que, fico decepcionado também com a postura do governo de lá, que já decidiu que a partir do ano letivo 2011/2010 a rede de ensino deverá alfabetizar as novas gerações de acordo com a nova grafia. Ou seja: de nada adianta a resistência da atual geração se as futuras aprenderem a escrever à la Houaiss...

Não que eu escreva de acordo com a grafia pré-acordo européia! Afinal, sou brasileiro e aprendi a seguir a grafia brasileira, óbvio. Mas é que eu adoro ler textos de lá, com suas consoantes mudas, que para mim são riquíssimas heranças etimológicas, que aqui no Brasil jamais deveríamos ter perdido.

As consoantes mudas parecem ser o X da questão em Portugal. Até hoje, os lusos têm convivido muito bem com elas, não hanendo nenhum motivo para eliminá-las. Além disso, restou uma incoerência: já que querem tanto eliminar as letras mudas, por que não eliminam também o "h" inicial??? Já pensou que coisa mais linda, escrever "omem", "orário", "ipótese", "élice", rsrsrsrs??? Aí, a justificativa que li para a preservação do "h" mudo é a da questão etimológica. Ora, mas as demais consoantes mudas também não existem por questão etimológica??? Qual é a deles, então???

Eu bem que queria ter sua certeza de que o acordo vai fracassar em Portugal, mas sei não! Parece que os lusos não têm a mesma fibra dos ingleses, que sem dúvida alguma mandariam os americanos àquele lugar se estes propusessem uma unificação ortográfica da língua inglesa. Triste ver um país milenar como Portugal curvando-se ante a malandragem de um lingüista oportunista de um país como o nosso, que só tem tamanho, mas não assusta ninguém...

Last but not least: como sabemos, o inglês tem um monte de palavras com consoantes mudas, e até hoje ninguém se preocupou em extingui-las, ou então qualquer projeto dessa natureza tem morrido na casca no mundo anglófono...

Abraços de seu leitor irremediável,

Lourival M. de Souza Jr.



De Aloísio Celeri:

Janer, sabia que o novo dicionário Houaiss também é um embuste? Enquanto o antigo tem 228 mil verbetes, o novo, feito às pressas, com a nova ortografia, só tem 146 mil. Todas as pessoas que o compraram foram enganadas, pois ambas as versões têm o mesmo nome, mas o antigo é bem maior.

Leia o que escreve o professor Cláudio Moreno. Quando alertei uma amiga que já havia comprado a versão nova, ela ficou revoltada.

Abraços

Aloísio Celeri
Ilha Solteira, SP