¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sábado, março 20, 2010
 
BENTO XVI CONDENA PEDÓFILOS IRLANDESES
MAS SILENCIA SOBRE RATISBONA E MUNIQUE



Leio nos jornais que a arquidiocese alemã de Munique está recebendo um tsunami de denúncias de abuso de menores praticados por membros da igreja. A informação é de Elke Hümmeler, que cita 120 relatos de abusos feitos desde a confirmação, há duas semanas, de que um padre foi transferido em 1980 para trabalhar com crianças em Munique, mesmo sendo suspeito de ter cometido abusos na cidade de Essen. A arquidiciose bávara foi presidida entre 1977 e 1982 pelo cardeal Joseph Ratzinger, hoje papa Bento XVI. O sacerdote, em vez de ser denunciado à polícia, foi submetido a sessões de terapia, endossadas pelo atual pontífice.

"É como um tsunami de denúncias", disse Hümmeler. "Acredito que nunca ficamos tão chocados". A denúncia da conivência do papa com um padre pedófilo surge logo após descoberta não menos grave. Os meninos-cantores da catedral de Regensburg (Ratisbona) eram pasto dos padres que os educavam, entre 1958 a 1973. O coral foi dirigido, de 1964 a 1994, por padre Georg Ratzinger, irmão do Bento.

Em carta dirigida aos fiéis irlandeses e divulgada hoje pelo Vaticano, Sua Santidade se disse envergonhada pelos abusos cometidos no seio da Igreja Católica da Irlanda. Criticou ainda a postura das autoridades eclesiásticas dessa diocese e ordenou aos bispos que ajudem as autoridades civis.

"Expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos provamos", disse o Papa, esclarecendo às vítimas que este também é um "grande dano" à Igreja e "à pública percepção do sacerdócio e da vida religiosa. A Justiça de Deus exige que assumamos nossas ações sem ocultar nada. Reconheçam abertamente a sua culpa, submetam-se às exigências da Justiça", determinou aos envolvidos nas agressões. Dirigindo-se aos padres pedófilos, Bento XVI reiterou que estes devem responder por seus crimes, "perante ao Deus onipotente e também frente aos tribunais devidamente constituídos".

Sobre os abusos no coral de Ratisbona quando dirigido por seu irmão e sobre a proteção a um padre pedófilo durante seu cardinalato em Munique, Bento não disse água.