¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, setembro 18, 2009
 
PROCURADOR EX-SEMINARISTA
ACUSA DISCÍPULO DO REI DAVI



Nesta segunda-feira que vem, deverá sentar no banco dos réus para ser julgado pelo “crime da motosserra”, o ex-deputado Hildebrando Pascoal. Afirma o folclórico procurador da República, Luiz Francisco Fernandes de Souza, ex-seminarista, 47 anos, principal responsável por desarticular a organização criminosa da qual o deputado era o líder e que submeteu o Acre ao terror e barbárie nas décadas dos 1980 e 1990:

“Espero também que ele, na prisão, pegue a Bíblia, leia, se acerte com Deus direitinho e possa até cuidar melhor da esposa e dos filhos dele. Ele e eu, quando morrermos, vamos nos encontrar com Deus. É bom que a gente tenha coisas boas para poder mostrar a Deus. O “diacho” é que foram muitos crimes que ele praticou. Claro que não tenho a menor raiva de ninguém, graças a Deus, e torço para que não aconteça nada de mal com ele. Eu só não gosto da impunidade. Quando uma pessoa é serrada viva, neste caso não pode ter impunidade”.

Pelo jeito, o ex-seminarista sempre manteve uma distância respeitosa da Bíblia. Se tivesse uma relação mais íntima com o Livro, teria de condenar um dos mais relevantes personagens bíblicos. Se o deputado ler atentamente atentamente a Bíblia, encontrará precedente para seus crimes. Se Davi pode, porque Pascoal não pode?

A serra, muito usada no século XVIII, é tida como criação espanhola. A não ser pelos dentes mais espaçados, em nada difere de uma prosaica serra de madeira. Pelo que vi em uma xilogravura que explica a utilização do instrumento, pareceu-me que naquele século faltou imaginação ao verdugo: pendurava-se a vítima pelos pés em uma vara, e dois homens passavam a serrá-la, a partir do cóccix. Tortura idiota, pensei, o homem deve morrer já no início do suplício. Santa ingenuidade minha! Devido à posição invertida do corpo, que garante suficiente oxigenação ao cérebro e impede a perda geral de sangue, a vítima só perdia a consciência quando a serra alcançava o umbigo e, às vezes, o peito.

Embora se associe este suplício à Espanha, sua origem vem de época em que nem se pensava em Espanha. Os leitores atentos da Bíblia devem lembrar que o rei Davi (II Samuel 12:31) exterminou os habitantes de Rabbah e de todas as outras cidades amonitas submetendo homens, mulheres e crianças ao suplício da serra e sofisticações outras da época. Era aplicada preferentemente a homossexuais de ambos os sexos. Na Espanha foi utilizada como método de execução militar, na Alemanha luterana era destinada aos líderes camponeses rebeldes e, na França, fazia justiça às mulheres emprenhadas por Satanás.

Se procedem as acusações feitas ao deputado Hildebrando Pascoal, diga-se em sua defesa que ele apenas recorreu a milenares métodos bíblicos de execução. Foi discípulo do sábio rei de Israel.