¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, setembro 21, 2009
 
APOLOGISTA DA DROGA
QUER IMPOR DIETA DE
CARNE A BRASILEIROS



Quando vejo autoridades tentando proteger a saúde de pessoas adultas com a proibição do fumo, me fica a pergunta: para quando será a proibição do álcool? E do açúcar? Ou da picanha? Porque álcool, açúcar e picanha gorda também matam. (Voltarei ao assunto do açúcar). No que diz respeito ao álcool, já andam jornalistas católicos se entusiasmando. Que o álcool só não é proibido para que se sejam evitados os efeitos funestos da clandestinidade. Não fosse isto, deveria ser proibido. Quanto à carne, desde há muito ONGs do Primeiro Mundo tentam proibi-la. No Terceiro Mundo, é claro.

Que tem a ver o hambúrguer com o meio ambiente? Leio esta pergunta no site ecológico Tuverde, provavelmente financiado por alguma ONG, já que não traz a assinatura de ninguém. Segundo um estudo da FAO – prossegue o texto – a indústria da carne representa 18% do total das emissões mundiais de gases. Graças à superpopulação de animais gerada artificialmente pelo homem (bilhões de cabeça e contando), a indústria da carne teria o triste recorde de ser a maior produtora mundial de gás metano e óxido nitroso, cada um 20 e 300 vezes mais poderosos que o dióxido de carbono como gases causadores do efeito estufa. O gás metano é produzido pelos animais durante a digestão e o óxido nitroso é emanado por seus excrementos.

A indústria da carne, segundo a FAO, é a principal responsável pelo desmatamento de bosques e selvas em nível mundial. Estima a entidade que 70% da superfície desmatada da Amazônia é dedicada a pastagens. Conclusão: se você quiser salvar o planeta, seja vegetariano.

Esta filosofia safada foi assumida pelo ex-beatle Paul McCartney, que se associou a uma campanha internacional que recomenda às pessoas renunciarem a comer carne em algum dia da semana para combater as mudanças climáticas. Segunda-feira sem carne. É o que propõe um dos maiores apologistas internacionais das drogas. “Deveríamos nos preocupar com a mudança climática porque, se não o fazemos, vamos deixar como herança para nossos filhos e aos filhos destes um problema gravíssimo” – disse McCartney ao The Independent. O apologista das drogas e suas filhas, Stella e Mary, tentam persuadir os consumidores para que adotem uma dieta vegetariana ao menos um dia por semana, com o objetivo de reduzir as emissões de gases-estufa da cabanha mundial, que contribuiriam de modo significativo para o aquecimento global.

LSD, canabis, cocaína pode. Carne é que não pode. Os vegetarianos têm nomes ilustres em suas hostes. Schickelgruber foi um deles. Antes que me esqueça: Schickelgruber era o sobrenome daquele austríaco que foi amado por multidões, Adolf Hitler. É claro que o Brasil não perderia esta oportunidade de ouro de adotar uma estupidez do Primeiro Mundo. A Prefeitura de São Paulo vai apoiar o boicote à carne para “salvar o planeta”. É o que leio na Folha de São Paulo. A campanha "Segunda Sem Carne" será lançada no próximo dia 3 no Estado. Para os organizadores, dieta carnívora é "insustentável". A campanha é parte do lobby de ONGs e liderada no Brasil pela Sociedade Vegetariana Brasileira, que pretende tornar o movimento nacional. E tem o apoio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo.

Não sei se ongueiros e lobistas sabem, mas esta moda tem suas origens na Espanha de Franco. Durante a Guerra Civil, para financiar a luta, Franco instituiu o chamado "lunes sin postre". Às segundas-feiras, os espanhóis dispensavam a sobremesa, para colaborar com o esforço de guerra. Com um detalhe: a sobremesa era paga, mas não consumida. O objetivo não era a salvação do planeta, mas da Espanha. Lá por 2001, o PT – sabe-se lá para salvar o quê – pensou em proposta semelhante. Pretendeu taxar as refeições em restaurantes de luxo. Era quando o PT ainda não estava no poder e seus próceres ainda não podiam comer nos Fasanos da vida às custas do contribuinte. Hoje não se fala mais no assunto.

Voltando à carne: desde há muito avança uma conspiração internacional contra a carne, particularmente a carne vermelha, conspiração oriunda de países ricos. Por um desses paradoxos da economia, nos países ricos a carne é cara e nos países pobres continua sendo relativamente barata. Proíba-se então aos pobres um dos poucos prazeres que lhes restam.

Não tenho nada contra vegetarianos, que cada um coma o que julgue ser melhor comer. Quem gosta de pastar, que paste a gosto e bom proveito. Daí a uma prefeitura assumir campanhas malucas de ONGs internacionais vai uma longa distância. Era só o que faltava, um dos grandes difusores das drogas no mundo pretender impor uma dieta a brasileiros.

Há algo de podre, não no reino da Dinamarca. Mas na Prefeitura de São Paulo.