¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, maio 25, 2009
 
MENSAGEM DO ALBUQUERQUE


Caro Sr. Janer,

Leio vosso blog há muito tempo, tenho muita satisfação em ler textos que instigam, concordando ou discordando deles, discordando principalmente no que se refere à sua verve algo misantrópica.

Emocionou-me a citação do Eclesiático, pois como médico e "cristão de idéia, não de fé", não praticante há muitos anos, conheço esta passagem e uso um estratagema, todo Hospital tem uma capela, naqueles em que eu trabalho não se foge à regra, pois ateus são os que menos resistem a uma prece no momento de desespero pela iminência do inexorável, da inefável - os deístas, ao contrário, tendem a perder a fé quando não são correspondidos, como se Deus, onipresente e onisciente, estivesse muito preocupado com a situação de fulano ou cicrano, individualmente.

Eu abro estrategicamente nesta passagem toda vez que passo na porta delas, e persistem, por muitos dias seguidos, as páginas abertas neste trecho, sinal de que as pessoas se interessam.

Toda vez que me vêm com essas baboseiras cretino-religiosas, mando lerem a passagem bíblica do Eclesiástico e comento: Quando morre, foi o médico; quando salva, foi Deus." Acaba aí a conversa.

A religiosidade nestes momentos pode até ser um consolo ou fortalecer um espírito desamparado num momento trágico, mas em nada interfere no prognóstico do paciente.

Espero que tenhamos pela frente mais artigos de vosso teclado, que fazem brilhar meus momentos de navegação na rede mundial.

Abraços,

Fernando Carreiro Albuquerque