¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, maio 28, 2009
 
A CHISPA DA FERRADURA


Na terça-feira, reproduzi uma entrevista com o deputado Aldo Rebelo, do PCdoB de São Paulo. A lucidez e propriedade com que analisa a questão indígena me surpreenderam na boca de um comunista. Algo parecia estar errado no universo.

Ontem, diante da Justiça Federal, o deputado afirmou que jamais soube da existência do mensalão. Que o Estadão já está definindo como “suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares para influenciar votações no Congresso a favor do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. Ou seja, o que ainda há pouco era evidente, agora já é suposto.

"A partir do que pude testemunhar, eu não tive conhecimento nem vi esse esquema funcionando", disse Rebelo, após depor como testemunha de defesa dessa pérola sem jaça, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. "Para mim, não existiu”.

Algo estava mesmo errado no universo. O deputado – após uma fugaz crise de lucidez – voltou a seu estado normal. Em um comunista, a mentira é uma segunda natureza. De nada adianta expulsar a natureza pela porta, ela volta à galope pela janela.

Era apenas a chispa da ferradura quando bate na calçada, como gostava de dizer Agripino Grieco.