¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, setembro 23, 2008
 
DA SENILIDADE DE NOSSOS JOVENS



Que antigas múmias ainda louvem Stalin, Mao, Pol Pot, Castro, Che Guevara, isto não me surpreende. Fizeram carreira montados no marxismo e ainda encontram algum caldo de cultura, nesta América Latina atrasada, onde podem cultivar suas flores podres. Assim sendo, faz parte do previsível que velhos comunistas como Oscar Niemeyer, Zuenir Ventura, Ariano Suassuna, Luís Fernando Verissimo ou Antônio Abujamra continuem fiéis a exauridas doutrinas do século XIX.

Árvore velha não se dobra, quebra. Intelectuais que fizeram fortuna – não só literária, mas também pecuniária – incensando tiranias socialistas não conseguem renegar suas bibliografias ou biografias. Seria algo como admitir: “fui um canalha toda minha vida”. Um jovem ainda consegue fazer tal confissão, ainda lhe sobra existência para redimir-se. Para o velho não sobra nada. Se admitir, está confessando que toda sua vida foi um fracasso.

Costumo afirmar que há uma época para renunciar ao marxismo. Se for exigente, eu fixaria os anos 35 e 36, quando ocorreram as primeiras purgas stalinistas. Foi nessa época que homens como Gide, Camus, Koestler, Silone, Sábato, fizeram marcha à ré. Se for mais condescendente, fixo 1949 como última data para um homem honesto abandonar o marxismo. Foi o ano do julgamento do processo Kravchenko, em Paris. Naquele ano, foram desvelados, urbi et orbi, os campos de concentração e as matanças do regime soviético. Quem foi comunista depois de 49, ou era desinformado ou bandido.

O que me espantou, na homenagem a São Carlos Marighella, foi ver um grupo de jovens fazendo a apologia do terrorista em Porto Alegre. Espantou-me também ver uma jornalista de um jornal liberal, como o Estadão, que sempre defendeu a democracia e o Estado de direito, assinando embaixo da apologia ao terrorismo.

Nossos jovens são senis.