¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, dezembro 18, 2007
 
A RENDIÇÃO DA HOLANDA



Terminei de ler Infiel, de Ayaan Hirsi Ali. Suas revelações sobre a opressão da mulher no universo islâmico para mim não constituíram novidade. A venda de mulheres a seus futuros maridos, a ablação do clitóris, a infibulação da vagina são instituições por nós todos conhecidas. O que me espantou em seu depoimento foi a rendição de um avançado país europeu, a Holanda, à invasão islâmica. Também causa espécie constatar que a mais apaixonada defesa dos valores ocidentais, na Holanda, tenha sido feita ... por uma ex-muçulmana somali.

Quando Hirsi tenta pesquisar os assassinatos em defesa da honra – mulheres mortas na Holanda por irmãos e pais em nome da sagrada honra da família – o Ministério da Justiça não lhe fornece dados: “Não registramos homicídios com base nessa categoria de motivação. Isso pode levar a estigmatizar um grupo na sociedade”. Para não estigmatizar os muçulmanos, o Estado esconde da população as verdadeiras razões de um crime.

“Nenhum funcionário público queria reconhecer que aquele tipo de homicídio ocorria regularmente. Nem mesmo a Anistia Internacional contava com estatísticas a respeito do número de mulheres vítimas de assassinato em nome da honra no mundo. Sabia quantos homens eram presos e torturados, mas não tinha idéia do número de mulheres açoitadas em público por fornicação ou executadas por adultério. Não era da alçada dela”.

A verdade é que, nos últimos anos, todo e qualquer crime cometido por muçulmanos, em países como França, Alemanha, Holanda e escandinavos, até que é noticiado pelos jornais. Mas sem nenhuma referência aos autores, nem à etnia, origem ou nacionalidade. É como se uma imprensa, que sempre se pretendeu livre, tivesse se tornado cúmplice desta hipocrisia de Estado.

Pior ainda: “Na Holanda, milhares de mulheres e crianças muçulmanas eram vítimas de uma violência sistemática, e não havia como escapar disso. Crianças pequenas sobriam excisão na mesa da cozinha – eu soube disso pelas somalis para as quais servia de intérprete. As moças que se atrevessem a escolher namorado ou amante eram espancadas quase até a morte ou mesmo assassinadas; grande parte delas apanhava regularmente. O sofrimento dessas mulheres era horrível. E, embora os holandeses contribuíssem generosamente para as organizações internacionais de amparo, continuavam ignorando o silencioso padecimento das mulheres e crianças maometanas no seu próprio quintal”.

Ou seja, em um Estado de direito europeu, moderno e liberal, onde homens e mulheres gozam de igualdade perante a lei, os brutos maometanos sentem-se em casa para cometer suas barbáries. Barbáries que, se no mundo islâmico constituem tradição, no Ocidente constituem crimes.

Espanta também ver uma deputada do Parlamento holandês ter de viver escondida e cercada de forte segurança, trocando de residência a toda hora, só porque ousou afirmar o óbvio. Ao comentar que Maomé, segundo os critérios do Ocidente, teria praticado pedofilia ao casar-se com uma menina de seis anos, atraiu o ódio de todos os machos muçulmanos acolhidos pela Holanda. A propósito, a imprensa nacional e internacional nos trouxe hoje uma foto da americana Stephanie Sinclair, premiada pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que mostra uma menina de 11 anos ao lado de seu marido, um barbado de 42 anos. A criança foi vendida para o marido, no Afeganistão. Vi a foto em vários jornais. Nenhum deles fala em pedofilia. Esta palavrinha parece estar reservada, no Ocidente, para adultos que ousem ter relações consensuais com adolescentes.

O primeiro gesto de rendição do Ocidente ao Islã, ocorreu, a meu ver, em setembro de 1988, quando Shalman Rushdie publicou no Ocidente seus Versículos Satânicos. Em 14 de fevereiro de 1989, o aiatolá Khomeiney proferiu uma fatwa (decreto religioso), oferecendo uma recompensa de 2,5 milhões de dólares a quem matasse o escritor, não importa em que país estivesse. Naquele momento, Khomeiny afrontava a soberania de todo e qualquer país. Do alto de sua prepotência, o aiatolá ordenou:

Eu informo o orgulhoso povo muçulmano do mundo inteiro que o autor do livro Os Versículos Satânicos, que é contrário ao Islã, ao Profeta e ao Corão, assim como todos os implicados em sua publicação e que conhecem seu conteúdo são condenados à morte. (...) Apelo a todo muçulmano zeloso a executá-los rapidamente, onde quer que eles estejam. (...) Todo aquele que for morto nessa empreitada será considerado mártir”.

Observe o leitor a sutileza do decreto, que abrange inclusive os “que conhecem seu conteúdo”. O aiatolá condenou à morte até os leitores de Rushdie. A Europa não reagiu, afinal era um hindu. Verdade que tinha cidadania britânica, mas tratava-se de apenas um homem, e não vai se fazer guerra por um homem só. Ainda mais quando toda a Europa está atada por fortes laços econômicos com o Irã. Seria o bom momento de todas as democracias do Ocidente cortarem relações diplomáticas e econômicas com Teerã e deixar bem claro que não será um sacerdote persa insano quem irá impor sua vontade doentia a todos os países do globo. Nem Hitler ousou tanto.

O livro de Ayaan termina com o assassinato do cineasta Theo van Gogh, em Amsterdã, em novembro de 2004. Ayaan foi roteirista de seu curta-metragem Submissão – Parte I, que denunciava a opressão das mulheres do mundo muçulmano. Antes de morrer, o cineasta perguntou ao assassino: “Será que não podemos conversar?” Como resposta, teve a jugular cortada por uma faca de açougueiro. Com outra faca, o árabe espetou-lhe no peito uma carta de cinco páginas, com um recado para a deputada: “a próxima será você”.

E assim marcha a Respublica Christiana – como um dia chamou-se a Europa – rumo à entropia. Oferece abrigo, saúde, educação, direito sociais e até mesmo mesquitas ao inimigo que quer destruí-la.

Minha próxima leitura, Os Últimos Dias da Europa, de Walter Laqueur, historiador norte-americano de origem alemã. Segundo resenha que leio do livro, para o autor as imigrações, as políticas sociais e o fracasso da unificação continental desenham um quadro assustador da Europa. Laqueur é mais um profeta do óbvio: "as levas de imigrantes vindas da África, Oriente Médio e Ásia não buscam a assimilação nas sociedades européias, mas apenas beneficiar-se dos serviços sociais oferecidos por elas".

Siga meu conselho. Visite logo a Europa. Antes que acabe.