¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, agosto 16, 2007
 
O PROTESTO DE PIAIA



Do leitor Rapahel Piaia, recebi:


Que direito tem qualquer sociedade minimamente civilizada de tolerar e ignorar culturas que massacram seres humanos inocentes e/ou indefesos? Em nome do multiculturalismo, a crescente onda de subversão de toda a base moral da sociedade vem aumentando. Qualquer valor que exista ou possa ter existido é descartado imediata e sumariamente se tiver a má sorte de proceder do ocidente.

Que direito têm os índios de terem seus territórios ditos soberanos dentro das próprias fronteiras brasileiras ao mesmo tempo que recebem ajuda e sustentação financeira básica do mesmo governo ao qual não estão submetidos ou fazem parte? Que tipo de autonomia é essa? É a autonomia unicamente válida quando ameaçam "derramar sangue branco", ou para quando resolvem molestar, mutilar ou assassinar infantes indesejados.

Antropólogos, aqueles sujeitos membros de uma das castas mais podres da sociedade (com raras, bem raras exceções) não hesitam em correr em defesa dos pobres índios assassinos e suas culturas sanguinárias. Pergunto-me se eles fariam o mesmo em defesa da cultura, digamos, nazista. Se quisessem manter alguma coerência, seriam obrigados a posicionar-se dessa forma também. Mas, sabemos, eles não o fariam. Antropólogos...

A questão é que esses sujeitos , sociólogos, antropólogos, todos os autodeclarados "homens sensatos" que acreditam ter a fórmula para a utopia final, também acreditam que tudo que há de pior, tudo que existe de mais pútrido, e, principalmente, tudo do que eles mais hipocritamente desfrutam (e isso eles fingem ignorar) vêm do ocidente. Não sei a razão disso, é provavelmente uma reminiscência de espírito rebelde, uma necessidade de atrair atenção, de subverter talvez, para assim destruir as bases de tudo que se tem como concreto e então ter o caminho livre e limpo para a construção do novo mundo, da utopia final que os autodeclarados Gênios Visionários acreditam possuir e ter o direito de aplicar. Seja por quaisquer meios, seja a custo de quaisquer baixas.

O que mais irrita, o que mais enoja, é imaginar que se você argumentasse usando o caso da garotinha que foi quase morta três vezes por membros de sua tribo só por ser indesejada, um desses multiculturalistas diria, quem sabe até com um sorrisinho condescendente nos labios: "A inocência é relativa".

Mudando de assunto, e vendo que este e-mail já está muito longo, vão lançar dia vinte e oito no Brasil o livro The God Delusion, do Dawkins. Acho que você já comentou aqui. Já tenho a edição em inglês, mas acho que vou comprar a versão em português só pro caso de rpecisar emprestar, já que não gosto de emprestar meus livros. O que acho sempre estranho nessas traduções é que é possível, por exemplo, pagar R$56,81 pela edição em inglês com capa dura ao mesmo tempo que essas edições brasileiras, longe de terem capa dura, tem pequena diferença de preço. No caso do livro do Dawkins a edição em português vai custar R$54,00.


Abraço,


Raphael