¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quarta-feira, novembro 29, 2006
 
FINALMENTE UM JUIZ COM BOM SENSO



Conversando há pouco com amigos franceses, eles ficaram chocados com uma instituição nossa, o voto obrigatório. Não conseguiam entender como, em uma democracia, alguém pode ser obrigado a votar. O olhar do estrangeiro sempre nos esclarece sobre as mazelas nacionais.

Leio no Estadão que o juiz Wagner Guerreiro, da 276ª Zona Eleitoral, em Uberaba, decidiu isentar de multa os eleitores faltosos nas eleições deste ano. Em sua decisão, o juiz citou os escândalos do mensalão e dos sanguessugas, além do dossiê Vedoin, alegando que os episódios ajudaram a aumentar a abstenção. Segundo ele, a regra constitucional que obriga o voto confronta os ideais de liberdade, de manifestação de pensamento e de crença, entre outros. O magistrado alega que não está convencido da necessidade de punir os faltosos.

Mas lucidez e bom senso têm vida curta no Brasil. O Ministério Público Eleitoral já entrou com recurso. E certamente os tribunais superiores anularão a decisão de Wagner Guerreiro.