¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sábado, setembro 24, 2005
 
UM STALINISTA A MENOS
O PT, com sua mania de alimentar mentiras históricas, assim evoca Apolônio de Carvalho, velho e impenitente apparatchik stalinista, que morreu ontem:

O Partido dos Trabalhadores manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de seu fundador e militante de primeira linha Apolônio de Carvalho, ocorrido nesta sexta-feira (23), no Rio de Janeiro. Apolônio combateu o fascismo na guerra civil espanhola, foi herói da resistência contra o nazismo, na França, e lutador destemido pela democracia no Brasil. Defendeu, ao longo de sua vida exemplar, todas as causas que se vinculam à justiça e à igualdade. Trabalhou sempre pela construção do Partido dos Trabalhadores.
Para nós, honrar a memória de Apolônio de Carvalho é prosseguir na luta pela transformação social e pela consolidação de um projeto democrático e socialista para o nosso país.
É também prosseguir na luta pela consolidação de um partido que saiba construir um projeto democrático de nação e afirmar, no plano social, político e econômico, os direitos das classes trabalhadoras e de todo o povo brasileiro.

Herói de três pátrias, como dizia Jorge Amado. Em verdade, um cúmplice devotado do maior assassino do século passado. Cumprindo as ordens de Stalin, participou da Intentona de 35, primeira tentativa de Moscou de implantar uma ditadura aos moldes soviéticos no Brasil. Fracassada a Intentona, sempre às ordens de Moscou, fugiu para a Espanha, onde teria lutado pela implantação de uma ditadura soviética na península ibérica. O condicional não é gratuito. Os únicos relatos dos feitos de Apolônio de Carvalho na Espanha são feitos por ele mesmo ou por stalinistas como Jorge Amado.

Fracassada a tentativa de Stalin na Espanha, fugiu para a França, onde teria lutado na Resistência. De novo o condicional não é gratuito, pois os relatos de seus feitos na França de novo são feitos por ele mesmo ou por stalinistas como Jorge Amado. Tanto a Guerra Civil espanhola como a Resistência francesa estão repletas de farsantes. O célebre Charles Malraux é o exemplo mais acabado desta vigarice histórica.
Ora, direis, lutar contra o nazismo não é meritório? Depende. Apolônio lutou empunhando a bandeira comunista, em nome da qual Stalin submeteu a Rússia e os países do Leste europeu a uma tirania que durou de quatro a sete décadas, conforme o país.
De volta ao Brasil, conspirou nos 60 para reeditar a fracassada Intentona de 35. Triste país este nosso, em que bandido, mal morre, vira herói. Sempre stalinista, Apolônio foi um dos fundadores do PT, o que só comprova a origem espúria do Partido dos Trabalhadores. Celerado de três países, de biografia fantasiosa, recebe em sua morte honrarias de santo.

O PT quer refundar-se. Mas não se corrige. Enquanto cultuar assassinos ou cúmplices de assassinos, não tem autoridade alguma para falar em democracia.