¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, julho 28, 2005
 
QUANDO MALA É DIZ-QUE-DIZ-QUE



"Estamos vivendo uma crise política. É um tal de diz-que-diz-que, eu não sei como vocês estão se sentindo. Eu me sinto indignado" - disse o Supremeo Apedeuta da Nação em discurso em Bagé. E repetiu: "Me sinto indignado".

Malas cheias de reais e dólares voam pelo Brasil - e certamente para muito além do Brasil -, os cheques da corrupção se cruzam na contabilidade dos bancos, as provas do mensalão se acumulam, e o indigitado, digo, indignado presidente fala em diz-que-diz-ques. Sente-se indignado, mas fez tudo o que podia para impedir a CPI do mensalão. Como a pressão da imprensa e da opinião pública se impuseram, teve de engolir a CPI de cabo a rabo e agora inclusive se jacta de tê-la desejado.

Poderosos, esses diz-que-diz-ques. Já derrubaram a Eminência Parda de seu governo, mais uma dezena de ministros, isso sem falar nos altos próceres do sedizente Partido dos Trabalhadores. "Eu não faço julgamento precipitado" - continuou Lula -. "Eu, da mesma forma que sou contra a pena de morte, sou contra a condenação a priori de qualquer pessoa".

Mas bastaram quatro palavrinhas de Roberto Jefferson - sem prova alguma de nada - para mandar passear o ministro mais forte de seu gabinete. Perdoai-o, Senhor, ele não tem a mínima noção do que diz.